Balanço de Fevereiro

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Originalmente publicado no PokerStarsBlog.

“Durante o mês de Janeiro joguei $0,01-$0,02 e $0,02-$0,05 a fim de aprender as bases e habituar-me ao Pot Limit Omaha. Acho que foi muito importante porque cometer erros básicos em limites médios quando o poderia fazer nesses micro-limites seria estúpido…

Não estou a falar de erros onde os meus ranges estão desequilibrados, de não tirar partido das fraquezas das estratégias dos meus adversários ou coisas assim… Estou a falar do facto de estar habituado a Hold’em entrar em conflicto com o facto de em PLO teres sempre de usar exactamente duas cartas da tua mão.

Um exemplo seria um river KT333 onde o meu 9978 é, na verdade, bastante bom na maior parte das situações e o meu KJ98 provavelmente não vale muito, pois não tenho mais do que um trio! KJ98 está, na verdade, a perder para um AQ98 que não teve muito mais que um gut-shot até ao river!

O mesmo quando tenho AT23 numa board AAK44. Não estou em split-pot com a maioria dos Ases, na verdade estou a perder para AJxx e AQxx, etc.

Já experimentaste PLO e cometeste este tipo de erros? Eu já, e cometi!

Depois de ficar um pouco mais confortável com quatro cartas nas minhas mãos, decidi que estava na altura de subir de limites e aumentar o nível competitivo. Não estou a fazer qualquer desafio, portanto acho que faz sentido jogar onde faça mais dinheiro ou aprenda mais depressa sem uma quantia significativa de dinheiro, por isso escolho a última.

Acho que o Zoom é interessante porque podes jogar muitas mãos num curto período e experimentar estratégias que se focam mais em equilibrar os teus ranges e jogar contra um vasto grupo de jogadores. No entanto, queria focar-me mais em perceber como bater os outros jogadores e pensei que seria melhor jogar em mesas normais, uma vez que jogo mais contra as mesas pessoas nessas mesas. Então comecei a jogar nas mesas regulares de $1/$2.

Foi uma experiência interessante e depois de os meus amigos do poker me perguntarem como estavam a correr as coisas, perguntei-lhes como tentariam aprender PLO se estivessem no meu lugar. Recebi uma resposta interessante do meu companheiro de equipa da Team PokerStars Pro Online, Alex Millar:

alex_millar_tweet

6max é mais fácil para ter uma perspectiva decente de ranges pré-flop, seleção de jogos, tentar não descontrolar pós-flope provavelmente chega. Mas se queres analisar as coisas ao pormenor, há menos spots para analisar em heads-up pelo que podes observar uma grande proporção de spots mais relevantes mais rapidamente
Isto fez imenso sentido para mim e, uma vez que não tenho muita pressão de ter de fazer dinheiro nos primeiros meses do ano, porque não experimentar uma abordagem que poderá ser melhor a longo prazo?

Experimentei jogar Heads-UP PLO e fiquei completamente rendido!

De certa forma, fez-me lembrar um pouco os tempos em que jogava imenso Magic: The Gathering, uma vez que toda a acção é 1 vs 1 e nesse campo sinto-me bastante à vontade…

Não me interpretes mal. Tive montes de spots desconfortáveis enquanto jogava, uma vez que acabei por jogar montes de mãos e tive de tomar imensas decisões com ranges bastante fracos. Mas não foi uma experiência nada frustrante! Houve sempre moentes de acção e dei por mim a enfrentar spots semelhantes com muita frequência, por isso rapidamente comecei a estudá-los e a melhorar!

Jogava com o pokertracker para ter as estatísticas, gravava as minhas sessões com o screencast-o-matic e depois corria algumas simulações/cálculos com o OmahaRanger e, se não tivesse a certeza sobre um spot depois de revê-lo, perguntava aos meus amigos no office.

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Revisão de uma sessão usando o OmahaRanger para os cálculos
Quanto a livros, tenho estado a ler o Advanced PLO Theory do Tom Chambers. É um livro muito denso, com montes de folhas de cálculo, por isso é um pouco difícil de ler. No entanto, se ignorares os cálculos/matemáticas densas e te focares nas conclusões, pode ser uma leitura muito boa e produtiva.

Ainda não tive qualquer coaching de poker, mas estou a ter uma sessão mensal de uma hora com o Jared Tendler, de coaching mental. Acho que é um investimento muito bom para qualquer jogador de limites médios/altos. Ele tem-se ajudado a focar mais nos processos e a valorizá-los mais do que ao resultado final e, na minha opinião, isso é muito importante para um jogador profissional de poker.

O objectivo para Março é continuar o meu processo de aprendizagem melhorar o meu jogo de heads-up e, se tudo correr bem, ser melhor no final de Março do que era no final de Fevereiro.

Vemo-nos nas mesas (de Omaha)!”