Em Fevereiro decidimos meter a pequenina no berçário e ela gostou bastante logo desde o primeiro dia.

Comecei a ter mais tempo para trabalhar durante a semana, tendo sentido uma grande melhoria na minha produtividade e também no desenvolvimento dela, que começou a aprender bastante com os colegas e com as educadoras!

Em Fevereiro, Março e Abril, consegui avançar bastante no livro, ter 2 mesas finais no SCOOP da PokerStars.PT e acabar os 3 meses a ganhar dinheiro a jogar Poker.

O lado menos bom do berçário, foi que ela começou algumas vezes a vir doente para casa e para além de ter de parar o trabalho algumas vezes para ficar a tomar conta dela, também nos pegou algumas das doenças!

Eles no berçário em vez de trocar cromos, andam a trocar lá doenças entre eles, sempre a meter as mãos nas bocas uns dos outros e depois vem tudo para casa!

E quando trazem uma gastroenterite para casa, não é uma cena pequena que não afecta os adultos! É bastante sério e ficamos todos doentes cá em casa!

Em Maio quando chegou a época das alergias, estava bastante debilitado da gastroenterite e afins que tinha apanhado antes!

Alergias

Algures durante a Universidade, na altura em que mais tempo passei a comer fast-food e a minha noção de uma refeição saudável era comer uma picanha com batata frita, arroz e feijão preto: comecei a ser afectado em força com alergias sazonais!

Houve uma noite em que não conseguia respirar enquanto dormia e tive que ir ao hospital. Ligaram a minha cara logo a uma máquina para respirar e acho que fizeram algum tipo de limpeza às vias respiratórias. Quando depois fui à médica de família, ela disse que o filho dela também tinha algo semelhante e que provavelmente nesta altura do ano ia ter que tomar sempre symbicort para poder respirar em condições.

Foi assim durante anos, até eu recentemente mudar a minha dieta e passar a ser vegetariano! Nos últimos 2 anos não senti grande coisa nesta altura do ano e estava mesmo convencido que tinha vencido as alergias com a mudança de dieta!

Mas este ano… BANG atacaram em força e embora já não precisasse do inalador para respirar durante a noite, houve dias em que tive que tomar anti-histamínico à noite para dormir melhor.

Psicológico

Para além das doenças e alergias, houve um 3º fator que condicionou Maio e um pouco de Junho…

A pequenina começou a fazer birras SEMPRE que lhe trocávamos a fralda, vestíamos e às vezes quando era para comer. Sempre com atenção às nossas reacções, a tentar ver o que nos chateava e ali com o sangue Grego dela a ferver, muitas vezes começava a mandar tudo para o chão!

Isto é super normal no desenvolvimento deles e está escrito nos livros sobre crianças, mas viver na realidade é outra coisa… A realidade é que estar a trocar uma fralda não dá prazer a ninguém e com a bebé a gritar com toda a força e a mandar tudo para o chão…, digamos para quem ainda não passou por isso, que não é fácil psicologicamente!

Normalmente quando eu voltava a casa de manhã depois de a ir pôr ao berçário, já tinha gasto uma boa parte da minha força de vontade e sentia que não conseguia pensar. Sentia a cabeça assim sem grande espaço para fazer algo útil.

Isto baixou bastante a minha produtividade durante as manhãs!

Questionei-me se isto era algo que só acontecia a mim.

Isto vai provavelmente soar machista, mas tendo em conta que até há poucas gerações atrás, eram as mulheres que ficavam em casa a tomar conta exclusivamente das crianças, também me questionei se os homens simplesmente não teriam as ferramentas emocionais/hormonais para lidar com este tipo de situações.

Após alguma observação de como as mulheres da família lidam com este tipo de situações, passou a ser claro que eu não tinha os direitos de exclusividade a este problema e certamente não era uma questão do sexo com que nasci!

Estar exclusivamente a tomar conta de uma criança pequena durante um período grande de tempo, é… cansativo!

Por outro lado, se não passar algum tempo por dia com a pequenina, sinto-me algo culpado, talvez não esteja a ser o melhor pai que possa ser ou esteja a desperdiçar o meu tempo com coisas menos importantes.

É uma gestão difícil, até porque tenho mais liberdade com a gestão do meu tempo do que a maior parte dos pais. No entanto acho que aos poucos as peças do puzzle estão a ir para o sitio certo!

Trio Series

Pelas condições mencionadas anteriormente neste post, não tive grande vontade de jogar ou estudar Poker antes das Trio Series começarem, pelo que estava em bastante má forma a todos os níveis antes destas séries começarem.

Normalmente não me vêm a jogar o meu D-Game, porque eu não costumo jogar quando estou nas condições que criam o D-Game, mas surgiu uma oportunidade de promover esta série de eventos um pouco em cima da hora e acabei por não conseguir dizer que não, acabando por me comprometer a fazer alguns streams.

A juntar à falta de preparação, ao mau estado físico e psicológico, também veio a senhora sorte pedir para pagar a dívida que tinha acumulado nos primeiros 4 meses do ano e disse que os 20% dos Ases, Reis e afins eram para ser todos pagos nesta série e que não podiam passar para a 2ª parte do ano!

Foram dois meses no vermelho!

O lado positivo destas séries, foi ter conseguido jogar, mesmo quando tinha menos vontade e mesmo estando em má forma, senti que dei tudo o que tinha para os streams.

Não sei bem como explicar isto, mas eu não tinha bem a certeza se ainda tinha em mim o conseguir jogar várias horas seguidas quando estava em más condições. Tem sentido?

Depois das Trio

Voltei a ter sessões de mental coaching com o Jared Tendler e a minha estratégia para estas sessões é à medida que vou tendo problemas, escrevo com todos os detalhes possíveis sobre os problemas para depois na sessão os abordar com o meu coach.

Um desses problemas, foi aquela situação que tinha falado sobre a minha filha fazer birra de manhã enquanto eu trato dela e isto deixar-me sem energia mental para trabalhar.

O que ele me disse de forma bastante eloquente foi que tenho que me lembrar do seguinte:

  • Se só tiver uma relação com a minha filha quando ela está bem disposta, então a minha influência com ela vai ser bastante fraca. O objectivo é criar uma relação com a minha filha que não depende do estado emocional dela!
  • Devo mostrar-lhe amor e conforto independentemente de como ela se está a sentir e o benefício é que a longo prazo vou poder influenciá-la de forma positiva e ajudá-la a crescer da forma que eu acredito que é a melhor para ela se tornar independente.

Também disse para se isto não funcionar, escrever como me estou a sentir e/ou telefonar a alguém para falar sobre o assunto.

Depois da sessão, deixei de pensar no quanto não me apetece estar a mudar as fraldas, roupa, etc enquanto ela chora e manda tudo para o chão e passei a pensar mais a longo prazo no pai que quero ser!

Férias

Entretanto fomos à Grécia para a pequenina estar com os avós e aproveitámos para fazer uma semana de praia também. Já não íamos há praia há uns 2 anos, o que para um Português e uma Grega, não é nada comum!

A experiência de ir com a minha filha para o mar foi muito muito boa, ela também já começou a ter mais autonomia a comer e como dormiu bem durante a noite, nós também conseguimos meter o sono em dia!

Dormir, apanhar sol, mar!

Senti-me muito bem com as férias e consegui organizar as minhas ideias e ver o que era mais importante!

Vou voltar a trabalhar a sério no livro, que por um lado é um projecto difícil para fazer sozinho, mas por outro lado também não tenho investido muito tempo nele nos últimos 2 meses, pelo que não será difícil fazer melhor!

Vou também continuar a trabalhar no meu jogo diariamente, ver vídeos, analisar mãos e estudar. Dar também prioridade aos meus alunos de coaching, que um dos meus objectivos a curto prazo, é que um dos meus alunos se torne profissional.

Para além disso, quero ver se também jogo um pouco todos os dias à tarde, não com o objectivo de maximizar o retorno, mas de me meter em situações desconfortáveis para gerar dúvidas para estudar.

VAMOS!