Estamos provávelmente a viver um dos maiores desafios da história da humanidade e foi-nos pedido que ficássemos confinados em casa para contribuir de forma positiva para a resolução da situação.

Isto vai mudar radicalmente o nosso dia-a-dia e eu sei que pelo menos eu vou demorar alguns dias, provávelmente semanas a conseguir ajustar-me à situação.

É normal sentirmos nesta altura alguma frustração por não termos muito controlo sobre a situação e algum medo do que possa acontecer, mas também é importante lembrar que ainda estamos vivos, que a vida continua, os dias continuam a passar e temos que aproveitar para usar as técnologias que temos ao nosso dispor para manter contacto com as pessoas que mais gostamos e aproveitar cada dia da melhor forma possível.

Uma lição que aprendi na vida é que quanto menos me foco no que não controlo e mais me foco no que eu controlo, mais passo a controlar!

Nesta altura pode ser tentador passarmos o dia todo a jogar, para aproveitar “os jogadores fracos” que vão estar nas mesas a fazer isso e capitalizar na situação.

No entanto, acho que isto levado ao limite, leva a burnout e potencialmente uma vida menos completa.

É importante lembrar que o descanso faz parte do alto rendimento e que precisamos de estar bem emocionalmente para conseguir lidar com bad-beats e outras situações normais no jogo que podem e vão acontecer. Nunca podemos deixar a frustração desta situação que estamos a viver chegar ao jogo!

Mesmo fora da quarentena, meto sempre a família primeiro, literalmente primeiro, porque as primeiras horas do meu dia são passadas com a minha filha. Quando termino as minhas sessões, também costumo telefonar à minha avó que ela fica sempre acordado até tarde e é bom ouvir a voz dela no final de uma sessão longa, para me lembrar que aquilo que aconteceu nas mesas vale o que vale e existe uma vida fora das mesas.

Agora é provávelmente o momento das nossas vidas onde é mais importante sermos responsáveis e fazer boas escolhas!