Ano bissexto e um Fevereiro cheio de streams, grind e emoções. Vou fazer um breve resumo do mês!

Resultados

A nível de resultados nas mesas Fevereiro foi um mês bastante fraco e praticamente sempre no vermelho.

Gráfico do mês (Sharkscope):

Deixo as estatísticas para quem gosta:

O resultado “grande” do mês foi uma mesa final no €20 Ultra KO e podem ver no Youtube o SuperCut:

É um torneio que não jogava antes, porque sentia que não o sabia jogar. No entanto, decidi deixar de os evitar e começar a meter-me em situações desconfortáveis, para aprender com elas. O curso Bounty Beast do RYE tem ajudado imenso com os torneios Progressive KO e Ultra KO e ainda só vou no início. Na realidade, tem-me ajudado noutros aspectos do meu jogo também, acho que a explicação de ICM para torneios deste curso, é provavelmente a melhor que já vi num curso ou livro até agora!

Carnaval Series e horários.

Em geral houve várias Deep Runs nas Carnaval Series, mas faltou um pouco de sorte na parte final em muitos casos. Provavelmente houve alguns pequenos erros técnicos que fizeram com que precisasse de sorte ou de não ter azar nestas situações, mas estamos cá para aprender e evoluir, de modo a minimizá-los e ganhar a batalha dos erros!

A nível de horários, cheguei à conclusão que não me compensa começar a sessão às 15:00 durante as séries, porque acabo por ter menos pessoas nos streams e muitos dos torneios que jogo habitualmente tão cedo desaparecem, ou ficam com prize pools mais pequenas. Então decidi que nas séries vou começar todas as sessões às 17:00 para simplificar o processo.

Fora de séries, vou manter os streams às 15:00 durante as Quarta e as Sextas. Ao Domingo vou fazer um stream maior a começar às 17:00 e a ir provavelmente pelo menos à meia-noite.

O único ponto onde ainda não tenho a certeza, é se me compensa fazer uma sessão de 1h de sit-n-gos à Terça-Feira como aquecimento da semana. Isto, porque de Domingo para Quarta, como acabo por relaxar um pouco, perco imenso ritmo de jogo e nos streams de Quarta tenho jogado menos mesas para minimizar este efeito, mas talvez com uma sessão muito curta à terça, dê para minimizar esse efeito e aumentar a rentabilidade da quarta.

Mental Game

Em geral, foi um desafio muito grande a nível mental este mês e uma oportunidade incrível para trabalhar em vários aspectos do meu jogo mental.

Provavelmente não vão ser os desafios que estão à espera no entanto… Em relação a lidar com perder, downswings, badbeats, etc já tinha trabalhado nisso antes e em Fevereiro tirando ficar um pouco mais aborrecido quando não tinha nenhuma deep run no final da sessão, não me afectou. Acho que quem viu os streams sentiu isso e recebi vários comentários de pessoas a dizer que era incrível como é que, com as coisas a correr tão mal, eu parecia indiferente!

Antes de jogar, tenho feito um warm-up mental, que consiste numa lista de tópicos de estratégia e mentais para me lembrar durante a sessão.

A nível de estratégia tenho por exemplo um apontamento de não me esquecer de fazer c-bets pequenas em situações onde é suposto ter uma frequência de muito alto, que ainda é algo que não é automático para mim.

A nível mental, tenho por exemplo de não me esquecer de quando tenho uma badbeat, ler uma frase onde faço uma injecção de lógica de modo a lidar com a emoção da altura. A frase que estou a usar neste momento é “Não há badbeats, apenas mãos que estão à frente e perdem algumas vezes”. Também tenho uma frase para quando não sei jogar uma mão e tenho que me lembrar de guardar a mão para rever mais tarde e outros pequenos detalhes como este.

Alguns desafios que surgiram durante as Carnaval Series, foram

  • Como lidar com perguntas desconfortáveis?
  • Como lidar com excesso de energia no início da sessão?
  • Como lidar com situações onde começo a duvidar de mim mesmo?

Perguntas desconfortáveis

O processo de lidar com perguntas onde não me sinto confortável, é um pouco como o processo de lidar com uma mão onde não me sinto confortável, ou seja:

  • começo por definir um range de intenções da pessoa que escreveu a pergunta.
  • Tento entender que tipo de resposta é que a pessoa pretende.
  • Por fim, tento chegar à resposta adequada para a situação.

No fundo, é exactamente o mesmo sistema e mecanismo no cérebro que uso para as jogadas no Poker!

Então, quando alguém faz uma pergunta onde me sinto desconfortável, passei a responder o melhor que podia na altura e anotar a pergunta para rever fora do stream, de modo a quando alguém voltar a perguntar algo semelhante, estar melhor preparado.

Excesso de energia

Normalmente costumo ter o problema de ter que aumentar o nível de energia antes e durante o stream, mas houve um dia onde tive uma manhã super produtiva e quando chegou à hora do stream, tinha uma energia incrível, falava super rápido, jogava super rápido, etc. O problema foi que passado algumas horas estava exausto.

Nestas situações tenho que me acalmar um pouco, falar mais pausadamente e controlar um pouco mais os meus níveis de energia. Parece que é como um pêndulo, onde vamos tentando acertar por cima e por baixo até chegar aos níveis óptimos.

Dúvidar de mim mesmo

Muitas vezes quando fazia uma jogada onde me sentia muito desconfortável, ou que simplesmente não sabia o que fazer, ficava a pensar nessa jogada até ao intervalo seguinte e tinha uma quebra grande de energia para as outras jogadas. No intervalo já tenho estratégias para lidar com isto, como escrever num caderno o que sinto, os detalhes da jogada e como poderia jogá-la de forma diferente. No entanto, não posso estar 30 minutos a jogar o meu B-Game ou C-Game até ao intervalo, isto é demasiado caro!

Na realidade, estas situações onde eu me sentia desconfortável a jogar, são situações super normais e é suposto eu sentir-me desconfortável e cometer estes erros. O Jared descreveu numa sessão estas situações como “Erros do A-Game”, ou seja, são situações onde é suposto eu não saber jogar e são oportunidades de aprendizagem.

Isto provavelmente é difícil de entender para quem não tem tendenciais perfeccionistas e é certamente muito subtil, mas ao aceitar que estes erros do A-Game são esperados, dá para tirar esta pressão de mim e focar-me em executar a minha estratégia técnica e mental nas mesas, aumentando a eficiência.

Conclusões

Em geral, foi um mês onde acabei no vermelho e várias vezes cheguei aos meus limites físicos e emocionais. No entanto, foi um mês onde joguei quase sempre o meu A-Game e nas poucas vezes que não o joguei, surgiram oportunidades para melhorar o meu jogo mental e o meu jogo técnico.

O meu objectivo é melhorar 1% todos os dias e acho que o consegui fazer em Fevereiro!

Vamos agora a Março 🙂